Em um momento de instabilidade econômica como o atual, é natural que muitos empreendedores estejam inseguros. Afinal, não dá para garantir como serão os próximos meses enquanto a rotina dos brasileiros (e do mundo!) não voltar ao normal. Porém, desde já, é importante ter o total controle do seu negócio, em especial, o controle do capital de giro para empresas.
Atualmente, donos de pequenos e médios negócios estão enfrentando dificuldades para manter as suas empresas funcionando, principalmente por falta de crédito. Nesse contexto, quando há dinheiro em caixa, o valor pode funcionar como uma reserva de emergência.
Uma reserva pode servir, entre outras coisas, para cobrir despesas do negócio sempre que houver redução no faturamento ou incerteza econômica.
Por isso, manter o capital de giro preservado é uma estratégia interessante para garantir fôlego e até mesmo enfrentar crises como essa. Siga a leitura para entender a importância desta prática, bem como conhecer as melhores soluções para ter mais controle sobre a sua empresa.
Em resumo, o capital de giro representa recursos de rápida liquidez e, em geral, são aqueles usados a curto prazo. É um capital considerado essencial para a manutenção das atividades básicas de um negócio, por exemplo:
Em um cenário de crise, com a eventual redução do faturamento, muitos empreendedores acabam se endividando para conseguir honrar os compromissos, em prol da continuidade das operações.
Inclusive, esse é um comportamento que integra os números mais recentes apurados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro bateu novo recorde em agosto de 2020. A marca alcançada no período foi de 67,5%, o maior percentual desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010.
Para que o empreendedor não chegue nesse estágio, é interessante estar preparado de antemão. Por isso o capital de giro é tão importante: ele consegue garantir a manutenção de negócios sem a necessidade de recorrer a empréstimos num primeiro momento.
O capital de giro para empresas, quando bem planejado e controlado, possibilita ao empreendedor usufruir de algumas vantagens, como:
Em termos práticos, a boa gestão do capital de giro viabiliza a formação de uma reserva financeira. Com ela, fica mais fácil saldar os seus compromissos mesmo em períodos de crise, quando menos negócios são fechados em virtude do cenário econômico incerto.
A primeira das 5 soluções que separamos está no planejamento a longo prazo, uma das ações mais vitais na construção de um negócio de sucesso.
Quando se tem um planejamento que considera diferentes contextos e obstáculos, fica mais fácil ter um controle do capital de giro. Até porque pode ser muito longo o intervalo de tempo entre o momento em que a crise dá os primeiros sinais e o término dela.
Por isso, considere tudo o que for necessário para retomar a saúde financeira do seu negócio depois da crise, definindo o capital de giro necessário para colocar a empresa nos eixos novamente.
Algumas instituições bancárias têm auxiliado empreendedores sem capital de giro por meio da oferta de financiamentos. São linhas de créditos com carência e taxas de juros diferenciadas para microempreendedores individuais (MEIs), microempresários (MEs) e donos de empresas de pequeno porte (EPPs). Essas linhas são destinadas para várias finalidades, entre elas:
Além disso, existem linhas de crédito para prorrogação extraordinária do vencimento das parcelas e antecipação de recebíveis.
O objetivo é aumentar a competitividade dos pequenos negócios, como também de produtores e empresas rurais, cooperativas e associações legalmente constituídas. Clique aqui para ver a lista preparada pelo Sebrae com as principais linhas de crédito anunciadas até o momento.
Uma outra solução para conseguir uma folga no orçamento e acertar o capital de giro empresarial é renegociar as dívidas.
Se você fez algum empréstimo bancário ou em um serviço financeiro especializado, entre em contato e veja quais são as possibilidades.
A respeito das negociações, o Banco Central (BC), através da Resolução nº 4.762, de 27 de novembro de 2019, tratou sobre a portabilidade nas operações de crédito para empresários individuais. A partir dela, é possível transferir gratuitamente as suas dívidas para outro banco. Na prática, isso significa realizar um novo empréstimo e, com o dinheiro, quitar a dívida no banco de origem. Isso é vantajoso nos casos em que o banco atual não oferece condições tão boas como em outro banco.
Caso a instituição financeira de origem se negue a fazer a portabilidade, o cliente poderá acionar a ouvidoria do Banco Central e denunciar a conduta do banco.
Durante a pandemia, houveram ainda medidas para facilitar a renegociação de dívidas no período de 1 de março até 30 de setembro de 2020.
Uma delas, anunciada pelo BC, foi a diminuição do chamado requerimento de capital. Na prática, diminuiu-se o valor mínimo exigido para realização de empréstimos. É uma estratégia comumente utilizada como precaução diante do risco da concessão do crédito.
Essas decisões foram de suma importância, já que as pequenas e médias empresas representam uma parcela relevante na produção de empregos.
A Medida Provisória 936, publicada em abril deste ano, foi criada com o objetivo de preservar o emprego e a renda dos trabalhadores. Além disso, garante a continuidade das atividades laborais e empresariais, a fim de reduzir o impacto social decorrente da calamidade pública e da emergência de saúde pública.
A partir da medida, o empregador pode suspender temporariamente, por meio de acordo com o empregado, o contrato de trabalho por até 90 dias para evitar demissões. A medida também autoriza as empresas a reduzirem, proporcionalmente, a jornada de trabalho e os salários dos empregados. Assim, parte da remuneração do funcionário será complementada pelo governo, tendo como base o seguro-desemprego.
Por isso, considerando esse histórico, a redução da jornada de trabalho pode ser mais uma solução para gastar menos dinheiro e conquistar mais capital de giro para sua empresa.
Por fim, a revisão de custos é a última das 5 estratégias para enfrentar a crise. Isso porque a manutenção do capital de giro para empresas passa pela revisão criteriosa dos custos do negócio.
Por isso, se você gasta um valor X para produzir um determinado produto, estude a possibilidade de reduzir o valor gasto para produzir em menor quantidade. Afinal de contas, de nada adianta manter o planejamento de produção pré-crise a pleno vapor, quando sabemos que a tendência de consumo cai durante um período de instabilidade. Sob efeito da pandemia, inclusive, 42% da população adulta brasileira pretende comprar menos nos próximos meses, segundo uma pesquisa nacional feita pelo Instituto Locomotiva. Então, é essencial estar com o controle de estoque em dia.
Para reduzir custos com mais eficiência, uma boa alternativa é montar um plano de ação. Confira 7 dicas que separamos para te ajudar a melhorar a eficiência dos processos e ter equipes mais produtivas!
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