A pandemia do coronavírus fez crescer o interesse por soluções online, seja na instalação de aplicativos para compras ou na abertura de contas de pagamento para receber benefícios do governo. Porém, o momento em que muitas pessoas têm recorrido à internet é também uma oportunidade para hackers atacarem. Os golpes financeiros, sobretudo na quarentena, tem sido motivo de preocupação.
Utilizando a estratégia de convencer a vítima a transferir valores ou realizar pagamentos indevidos, o golpista se aproveita do contexto atual para apresentar ofertas vantajosas ou realizar falsas ameaças. Inclusive, em alguns casos, envolve nome de instituições públicas e privadas renomadas, como o Banco Central. Os golpistas, muitas vezes, se fazem passar por funcionários dessas empresas para se aproveitar da fragilidade alheia.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), houve um aumento de 44% em fraudes e golpes financeiros neste período de isolamento social. O que eles têm em comum? Em geral, usam nomes de bancos ou instituições financeiras para roubar dados e movimentar dinheiro da vítima. Isso porque houve maior adesão dos clientes aos canais digitais das instituições financeiras para evitar aglomerações e combater a disseminação viral.
Nesse contexto, os golpistas criam armadilhas que envolvem soluções “milagrosas”. O objetivo, claro, é obter dados pessoais e senhas. Além disso, levam as vítimas a realizem pagamentos em benefício de criminosos, seja por depósito ou transferência bancária.
Durante a pandemia, muitas mensagens construídas pelos criminosos para atrair a atenção dos brasileiros quase sempre mencionam palavras-chaves do cotidiano, entre elas:
Segundo a Febraban, 70% das fraudes têm origem na engenharia social. É um termo que diz respeito à manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais. Dessa forma, o cliente é induzido a informar seus dados para os estelionatários, muitas vezes, criando a falsa sensação de urgência e/ou medo de alguma situação.
Há ainda a oferta de prêmios que não existem ou mesmo a solicitação de recadastro sob o risco de ter a conta encerrada caso não o faça.
Um levantamento feito pela empresa de aplicativos de segurança PSafe aponta que, desde março, mais de 18 milhões de ataques envolvendo o tema “coronavírus” foram registrados em todo o país. Veja as fraudes virtuais e golpes financeiros mais comuns identificados nesse período.
Durante a quarentena, em função do fornecimento do auxílio emergencial do Governo Federal, muitos aplicativos semelhantes ao original surgiram nas lojas de aplicativos para tentar enganar o beneficiário.
São aplicativos que utilizam nomes parecidos, cores similares e textos que despertam a atenção para o download e, posteriormente, ao preenchimento de dados.
Especificamente para esse benefício do governo, é muito importante que as pessoas utilizem apenas os canais oficiais da Caixa para buscar informações e acessar os serviços disponíveis.
Os fraudadores também têm entrado em contato com possíveis vítimas por e-mail, sms, redes sociais e até por WhatsApp. Utilizando mensagens “tentadoras” de oferta ou com falsos alertas, eles tentam convencer o destinatário a clicar em um link de pagamento malicioso, alegando que são de uma empresa na qual o cidadão conhece e confia.
Em geral, quem clica no link acaba caindo em um site muito similar ao verdadeiro, com cores, textos e fontes muito parecidas. Quando o trabalho é bem feito, é bem difícil perceber que a página é falsa. Assim como no caso dos falsos aplicativos, são solicitados dados confidenciais e pessoais das vítimas.
Por último, a Febraban fez um alerta recente para o golpe conhecido como “golpe do falso motoboy”. Funciona assim: após roubar dados sigilosos, os criminosos entram em contato com a vítima fazendo-se passar pela instituição bancária.
Nesse contato, ele informa que transações suspeitas com o cartão de crédito foram efetuadas. Em seguida, sugere um serviço de recolhimento delivery do cartão supostamente clonado, com o falso objetivo de cancelar a compra.
Além dos já citados, existem outros golpes financeiros recorrentes, que merecem toda atenção e cuidado. Afinal, com seus dados em mãos, os fraudadores conseguem acessar suas finanças e causar danos à sua vida pessoal e/ou profissional.
O boleto bancário ainda é uma das formas de cobrança mais utilizadas pelos brasileiros. Visando trazer mais segurança ao meio de pagamento, a Febraban determinou a obrigatoriedade do registo do boleto. Todavia, a federação alerta que os golpistas estão inovando nas fraudes.
Em alguns casos, fraudadores emitem boletos que levam o nome de uma instituição, adulterando o código de barras. Assim, quando o consumidor efetua o pagamento do boleto falso, a quantia é transferida para uma outra conta do golpista, de outra instituição. Como resultado, o consumidor não recebe o produto e se torna, junto com a instituição usada para emitir o boleto, vítima de fraude.
E não pense que os casos de adulteração de boletos se limitam a e-commerce/venda de produtos. O setor imobiliário, universidades e diversas outras instituições também têm sido alvo dos golpistas. Por isso, para evitar cair em golpes financeiros desse tipo, veja como identificar a autenticidade do boleto recebido.
Assim como nos golpes de falsos aplicativos e falsos links de pagamento citados acima, os falsos perfis nas redes sociais dão aos fraudadores a oportunidade de coletar dados pessoais do usuário e usá-los para ações fraudulentas.
Nesses casos, se aproveitando do nome da empresa, golpistas criam perfis nas redes sociais e enviam mensagem para os usuários, fazendo propostas tentadoras como aprovação imediata, em casos de bancos digitais, aumento do limite do cartão de crédito, condições exclusivas ou o que for mais interessante para o usuário da empresa real.
Portanto, caso receba uma abordagem por meio das redes sociais, não passe dados sensíveis. Entre em contato diretamente com a empresa para verificar a veracidade do contato.
Com ou sem pandemia, o download de aplicativos para celular é uma das atividades que merecem mais atenção. Para começar, é importante baixar aplicativos apenas na loja oficial do aparelho: Play Store, no caso dos aparelhos Android, e App Store, para produtos Apple, como o iPhone.
Quando for baixar um aplicativo, observe os pontos levantados abaixo:
Em geral, o nome que aparece abaixo do nome do aplicativo é o do desenvolvedor – a pessoa, empresa ou instituição responsável por ele.
Porém, há casos em que os aplicativos estão em nome de empresas responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo. Embora seja uma prática comum no mercado, ela não é ideal. Na dúvida, faça uma pesquisa no Google e cheque diferentes fontes para comprovar a ligação entre o desenvolvedor e o aplicativo desejado.
As avaliações do app feitas por outros usuários podem ter informações muito úteis na hora de decidir se deve ou não baixá-lo.
No entanto, é preciso estar atento a avaliações criadas com o objetivo de enganar usuários interessados. Por isso, leia as avaliações e tente identificar se elas foram escritas por humanos ou são conteúdos repetitivos e muito genéricos.
Por fim, separamos algumas dicas rápidas que também podem ajudar a se proteger de possíveis golpes financeiros durante a quarentena.
Para finalizar, é sempre importante lembrar que é possível recorrer a órgãos de defesa do consumidor (como o Procon) para ter os seus direitos garantidos.
Para complementar sua leitura, veja outras dicas interessantes para se proteger de golpes financeiros neste outro artigo que fala sobre Phishing.
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