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Golpe com inteligência artificial: o perigo dos deepfakes

Criado em 24 de jul. de 2025

(Atualizado em 24 de jul. de 2025)

Segundo o IBM, inteligência artificial (IA) “é uma tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem o aprendizado, a compreensão, a resolução de problemas, a tomada de decisões, a criatividade e a autonomia dos seres humanos“.

Já é uma realidade dizer que a IA está presente no nosso dia a dia, mesmo que, às vezes, de forma bem discreta. Ela existe em assistentes virtuais, serviços de streaming para recomendação de músicas, filmes e séries, em algoritmos para analisar o comportamento do usuário nas redes sociais e sugerir conteúdos personalizados e anúncios relevantes, reconhecimento facial, dentre outros.

Desde sempre, as tecnologias são vistas como pontos positivos para ajudar a resolver problemas e melhorar a vida das pessoas. No entanto, criminosos também aproveitam dessa tecnologia para o lado negativo, utilizando desse conhecimento para aplicação de golpes.

Deepfakes e a IA para manipulação digital

Cibercriminosos têm usado a inteligência artificial para manipular, enganar ou explorar as vítimas, inclusive por meio de imagens tão reais que parecem verdadeiras. O tipo de golpe mais comum está relacionado aos deepfakes.

Os deepfakes são imagens, áudios ou vídeos, gerados pela IA, com uma qualidade muito realista, que podem simular voz e falas, aparência e expressões faciais de pessoas reais.

Nesses casos, os materiais criados por meio da inteligência artificial podem ser usados para disseminar informações falsas (fake news), principalmente de pessoas famosas ou autoridades, com o intuito de manipular ou influenciar o público em determinados assuntos.

Além disso, os deepfakes estão sendo usados por cibercriminosos para se passarem por pessoas reais e acessar contas bancárias, sistemas, plataformas etc.

Ferrari e o caso real de tentativa de golpe com deepfake

Um exemplo de tentativa de fraude, que exemplifica os riscos crescentes de tecnologias com a inteligência artificial, foi o Caso Ferrari.

Um executivo da empresa recebeu mensagens convincentes no WhatsApp, supostamente enviadas pelo CEO, com instruções relacionadas a uma aquisição financeira sigilosa, solicitando a assinatura em um acordo de confidencialidade.

Embora as mensagens se originaram de um número desconhecido, a foto de perfil se referia ao CEO da empresa e a voz era muito semelhante. No entanto, algumas inconsistências levaram o executivo a suspeitar de um possível golpe.

Como forma de confirmar com quem estava conversando, o executivo fez uma pergunta que somente o CEO da empresa sabia responder. Sendo assim, o golpista encerrou a ligação, e a empresa evitou uma possível perda milionária, além do risco reputacional.

+ Veja também: Malware Stealer: o que é e como se proteger

Como os deepfakes são usados?

  • Fraudes: uso de deepfakes para roubo de identidade, criando contas bancárias em nome de terceiros ou acessando contas já existentes.
  • Campanhas eleitorais x fake news: visando espalhar informações falsas ou para influenciar a opinião da população.
  • Extorsão e chantagem: criação de vídeos, áudios ou imagens falsas de uma pessoa, com ameaças de divulgá-las na internet se a vítima não ceder às exigências.
  • Phishing: quando um cibercriminoso quer se passar por alguém, em tempo real, com o pretexto de ajudar um familiar, amigo ou colega.

Como se proteger de golpes de deepfake?

A inteligência artificial está evoluindo muito rápido e ficando cada vez mais sofisticada — inclusive na aplicação de golpes. Por isso, é importante manter um olhar atento e desconfiado para não cair em golpes ou acreditar em informações falsas na internet.

Confira algumas dicas para se manter seguro:

  • não forneça e nem confirme informações pessoais e confidenciais por mensagem ou ligações não solicitadas;
  • restrinja o acesso a suas contas de redes sociais, para reduzir oportunidades de replicarem sua imagem e/ou vídeos;
  • sempre que possível, ative a verificação em duas etapas, para dificultar a invasão de suas contas;
  • use senhas fortes e diferentes para cada conta, pois isso pode assegurar a segurança das suas contas;
  • crie uma palavra segura com sua família, para casos em que alguém tente se passar por você;
  • desconfie de vídeos e áudios compartilhados de fontes duvidosas;
  • fique sempre atento aos detalhes, por exemplo, expressões faciais estranhas, piscadas incomuns e falhas na sincronia labial podem indicar um deepfake.

O que fazer se cair em algum golpe com inteligência artificial?

Agora, se você caiu em um golpe envolvendo IA, como deepfakes, clonagem de voz ou manipulação de identidade, é preciso agir rápido para evitar danos maiores:

  1. salve todas as provas imediatamente: tire prints das conversas e transações, salve os vídeos e anote todas as informações relacionadas;
  2. mantenha todas as interações com o golpista, essas informações podem ajudar a rastrear os responsáveis;
  3. registre um boletim de ocorrência;
  4. comunique o banco, instituição financeira ou plataforma envolvida;
  5. bloqueie contas bancárias e cartões de crédito, caso seus dados financeiros estejam comprometidos;
  6. altere as senhas de todas as contas comprometidas;
  7. monitore seu CPF ou CNPJ para identificar movimentações suspeitas nos dias seguintes;
  8. procure ajuda jurídica especializada, caso o dano seja significativo.

Se você não caiu em um golpe, mas identificou que sua imagem, voz ou identidade foi usada para enganar outras pessoas, siga os mesmos passos acima. Também é importante avisar sua rede de contatos para que eles não interajam.

+ Veja também: Como funciona o MED: devolução de Pix em caso de fraude

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